Edição 60

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Paulo André veste camisa Fendi e colares Tiffany & Co. – Foto: Hick Duarte, com edição de moda de Pedro Sales, beleza de Ian Ribeiro e tratamento de Marcos Nascimento

Por Bruno Astuto

Eu era um jovem jornalista, quando Silvia Fendi e toda sua família me acolheram, de braços abertos em Roma, uma das cidades que mais amo – e que elas me ensinaram a entender pelo avesso. Impossível descrever a emoção de debutar no mundo da moda ciceroneado por ela nos ateliês, nas manufaturas e em todo o ethos que envolvem a marca italiana fundada por seus avós, que daqui a três anos será centenária.

Nascida num matriarcado incomparável (que ama o Brasil, onde Silvia passou muitas temporadas desde a infância), a estilista é um dos grandes pilares femininos do universo criativo italiano e mundial. Foi a única da família a permanecer na grife, depois da venda para o grupo LVMH, comandando as linhas masculina e de acessórios, enquanto Karl Lagerfeld continuava na feminina (uma carreira recorde de 54 anos).

Quando o Kaiser morreu, em 2019, Silvia segurou todas as pontas, até que o inglês Kim Jones desembarcou na marca e lhe permitiu voltar para seus domínios de roupas masculinas, sapatos e bolsas (a Baguette, que ela inventou, está completando 25 anos). Já ia esquecendo: Silvia não é mais a única Fendi na empresa; sua filha Delfina acaba de ser nomeada diretora criativa de joias, com début de enorme sucesso na mais recente temporada parisiense de alta-costura.

Tudo isso para contar, com enorme alegria, que a Fendi está reinaugurando sua flagship no nosso Cidade Jardim, com um projeto arquitetônico totalmente inédito, além de – alvíssaras! – trazer pela primeira vez ao País a linha masculina, assinada por Silvia. Faz todo o sentido que essa loja completa esteja no nosso shopping, seu primeiro (e agora novamente único) endereço na América do Sul.

Para celebrá-la, convidamos o novo darling do mundo da moda como astro do nosso ensaio de capa: o velocista Paulo André Camilo, o PA, que o Brasil todo aprendeu a amar na mais recente edição do BBB. Lindo, boa-praça e ás da rapidez, ele subiu como um meteoro no mercado fashion, depois de faturar o vice-campeonato no reality. Parece que nasceu para as câmeras, tamanha a desenvoltura de veterano.

Laís veste look completo Valentino – Foto: Hick Duarte, com edição de moda de Leandro Porto, beleza de Will Vieira e tratamento de imagem da Helder Bragatel

Nosso pódio ficou ainda mais completo com a outra estrela de capa, Lais Ribeiro, que anuncia sublimemente a chegada da já icônica coleção pink da Valentino. Além da carreira brilhante, contundente e coerente, a modelo tornou-se uma voz importante na defesa de causas urgentes, como a pauta ambiental, a inclusão de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na sociedade, e de profissionais negros e trans na moda.

O pink da Valentino, criado especialmente para a marca em parceria com a Pantone, é um símbolo de liberdade e comunhão. A cor matizou vários movimentos de resistência nas últimas décadas: o da comunidade LGBTQIA+, o da diáspora africana na cultura americana, o das marchas das mulheres em 2017. Pink é punk. Pink é revolução. Pink é Lais.

Nesta edição cheia de tributos à criatividade, não poderia faltar um editorial com a última coleção assinada pelo saudoso e múltiplo gênio Virgil Abloh para a Louis VuittonLucas Jagger, filho de outro revolucionário, apresenta os looks, os quais, por sinal, conferiu em primeira mão na primeira fila do desfile em Paris.

E dou aqui as boas-vindas às nossas novas colunistas de arte, Fernanda Ingletto Vidigal e Nathalie Felsberg, da 2.Art Lovers, que assinam também a curadoria da exposição Iluminarte, no Shops Jardins, com cinco obras site-specific imaginadas por artistas que estão dando o que falar na cena contemporânea brasileira.

A moda, a arte, o esporte e a música jogam nossa frequência lá para o alto. Venha se sintonizar, e boa leitura!