Edição 63

Barbra Reis veste Fendi e Cartier – Foto: Ivan Erick Menezes

 

Por Bruno Astuto

Minha grande obsessão dramatúrgica do ano não foi Barbie, mas Todas as Flores, a novela de João Emanuel Carneiro que liderou a audiência na plataforma de streaming Globoplay e que chega à TV aberta. Entre as muitas atuações femininas magnânimas, uma me fez mexer na poltrona: a de Barbara Reis, como a sedutora e bandidíssima vilã Débora. Talvez não tenha mexido só comigo; a Globo a escalou imediatamente para protagonizar a novela das nove, Terra e Paixão, onde vive a mocinha Aline.

Nos dois trabalhos, Barbara – uma mulher adorável, focada, zero deslumbrada e deliciosamente simples – mostrou sua versatilidade. Então que tal mais um desafio? No ensaio da nossa capa, ela reviveu Sua Majestade Lady Zu, a “rainha da discoteca brasileira”, epíteto que a paulistana Zuleide Santos Silva recebeu logo em seu álbum de estreia, A Noite Vai Chegar. Homenagear essa deusa das nossas pistas, que acaba de completar 65 anos, é praticamente um dever cívico, que foi cumprido com louvor pelo querido DJ Zé Pedro, uma das maiores autoridades em MPB e que assina a entrevista com o mito.

Outra lady também recebeu nossos aplausos: Lady Jane, Jane Birkin, a atriz e cantora que nos deixou em julho, aos 76 anos. Nascida inglesa, ela conseguiu a proeza de se tornar um dos maiores ícones de elegância da França, que a exportou para o mundo. Do final da década de 1960 até o fim de 1980, praticamente só deu Jane nos moodboards com seus vestidos transparentes, sua indefectível franja, as camisas brancas, os jeans que ela roubava do guarda-roupa dos maridos (entre os quais o cantor e compositor Serge Gainsbourg) e as cestas de palha que ela carregava de lá para cá. Não foram elas, no entanto, que entraram para a História, mas a bolsa Birkin, criada pela Hermès a partir de suas ideias e necessidades como mãe recente. Ah, trazemos aqui tudo sobre a nova exposição da grife francesa em São Paulo e uma visita exclusiva ao seu ateliê mais secreto – e inacreditável.

A outra grande contribuição de Jane para a moda foi atualizar o que seria a tal da elegância francesa para mulheres 60+. Ela descabelou o laquê, trancou os tailleurs no armário e passou longe das intervenções estéticas. Seu uniforme simples, direto e confortável era bem apropriado para a ativista dos direitos humanos que usava sua fama para chamar a atenção para as questões mais prementes da sociedade. Jane era simplesmente o máximo se montando o mínimo, de certa forma precursora do quiet luxury, para usar a expressão da moda.

Nossa edição, no entanto, está máxi. Uma homenagem ao fashion month no editorial repleto de personalidades da moda; a estreia da coluna de Patsy Scarpa, que, além da agenda poderosa de relações-públicas, mantém um caderninho com as dicas mais preciosas que você nem imaginava que precisava saber; o destino mais off do momento, visitado e revelado por Hermés Galvão.

O único, o sensacional e o incrível são as matérias-primas das mentes criativas que ocupam as lindas alamedas dos nossos CIDADE JARDIM e SHOPS JARDINS. As novidades são muitas, estamos à sua espera.